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30 ANOS DE ROCK AND ROLL

sábado, 4 de fevereiro de 2023

DIAMOND HEAD • Lightning To The Nations • 1980 • United Kingdom/Reino Unido


As origens do DIAMOND HEAD começam com amigos de escola, Brian Tatler e Duncan Scott, brincando de tocarem instrumentos. O nome da banda surgiu de um pôster, que Tatler tinha em seu quarto, do álbum de mesmo nome de Phil Manzanera (famoso guitarrista britânico). De uma viagem com a escola também veio o vocalista do conjunto: Sean Harris, que durante a viagem cantava “Be-Bop-A-Lula”, música de Gene Vincent. No quarto de Brian Tatler, Sean Harris foi testado e aprovado para o posto. O grupo se concentrou em fazer shows locais na região de Black Country, com sua primeira maior apresentação em 10 de fevereiro de 1977, em uma escola na cidade de Stourbridge.

Em seus primeiros dias, a banda tocou somente alguns covers e se concentrou em compor seu próprio material. As exceções foram “Paranoid” do Black Sabbath, “It’s All For The Love of Rock and Roll” do Tuff Darts e “Motorhead” da legendária banda de mesmo nome. Brian Tatler afirmou certa vez que havia composto mais de 100 canções antes do primeiro lançamento oficial do grupo, mas que apenas uma música do set list que o conjunto apresentava em 1978 apareceu no álbum de estreia – “It’s Eletric”.

A banda gravou algumas fitas-demo do próprio bolso em 1979. O seu som único e a qualidade da composição ganharam a atenção suficiente para a banda fazer uma turnê de apoio a nomes como o AC/DC e o IRON MAIDEN. Enquanto outras bandas da NWOBHM (New Wave of British Heavy Metal) assinaram com grandes gravadoras e lideravam suas próprias turnês, o DIAMOND HEAD permaneceu independente. A administração do grupo decidiu que iria lançar seu material através de um selo que pertencia a Muff Murfin, chamado “Happy Face Records”. Muff também possuía um estúdio onde a banda fez muitas de suas primeiras gravações. O primeiro lançamento do grupo foi o single “Shoot Out The Lights”, de 1979. Já em 1980, sairia o segundo single, através da Media Records, “Sweet and Innocent”.No mesmo ano, a banda também gravou seu álbum de estreia pela Happy Face Records. Mais comumente conhecido como "Lightning To The Nations", o disco, oficialmente, não tem título. Ele foi gravado em sete dias no The Old Smythy Studio, em Worcester, um local que a banda descreveu mais tarde como “morto”.

O álbum foi embalado em uma capa lisa e sem título ou listas de músicas, apenas com a assinatura de um dos membros da banda. Os gestores do grupo pensaram que ele deveria ser percebido como um “álbum-demo”, e, assim, nenhuma capa mais trabalhada seria necessária, o que a tornou muito menos onerosa para que fosse produzida. As primeiras 1000 cópias foram prensadas e disponibilizadas nos concertos ou através de ordens de pedidos (pelo correio), com preço por cerca de 3,50 libras. A única publicidade se deu através da Sounds (publicação britânica) e durou seis semanas. A ideia de gravar o álbum de estreia do grupo veio dos gestores Reg Fellows e Linda Harris como uma tentativa para exporem as faixas a fim de atrair a atenção de uma gravadora, a qual bancaria os custos da gravação. "Lightning To The Nations" tornou-se um dos itens mais procurados entre os colecionadores de discos. Mais 1000 cópias foram prensadas (desta vez com a lista das músicas) uma vez que as primeiras mil já haviam se esgotado. Infelizmente, as fitas originais em estéreo foram perdidas depois que foram enviadas para a gravadora alemã, Woolfe Records, e nunca mais voltaram de lá. No entanto, a Woolfe Records lançou uma versão em vinil do álbum com uma nova capa. As fitas foram finalmente recuperadas por volta de 1989.

Muitas vezes, devido a capa paupérrima da primeira prensagem, é conhecido como White Album (Álbum Branco).  A faixa “Lightning to the Nations” abre o disco com um Heavy Metal tradicional, bem forte e presente, marcado pela intensa presença das guitarras através do inspirado riff que dá corpo à canção. “The Prince” mantém certa cadência, mas é composta de peso e melodia simultaneamente, sendo a interpretação de Sean Harris muito boa. “Sucking My Love” é a maior canção do disco e não deixa o ritmo do mesmo cair, com muito peso. Com guitarras e bateria marcantes, o início de “Am I Evil?” é inconfundível, com o solo bem curto, mas cativante, logo após a intro e pode ser considerada um clássico do Metal. “Sweet and Innocent” é a menor música do álbum, sendo mais simples e direta. “It’s Electric” contagia devido ao riff extraordinário criado por Tatler e pela interpretação completamente vigorosa de Harris. A sétima – e última – faixa do álbum é “Helpless”, a qual conta com uma pequena introdução da bateria de Duncan Scott, mas logo é dominada pelo riff, cadenciado, mas repleto de peso e agressividade.

Esse é um dos mais prodigiosos discos do Heavy Metal oitentista. Não há músicas de enchimento, nem embromação, nem perda de tempo. O grupo aposta em riffs certeiros, matadores, associando a intensidade das guitarras a melodias muito envolventes. Como foi um álbum praticamente independente e com mínima divulgação, não houve eficiência suficiente para que o trabalho entrasse nas paradas de sucessos de Reino Unido ou Estados Unidos. Entretanto, o boca-a-boca e a divulgação através dos fãs – em conjunto com a incessante capacidade do grupo se apresentar em espetáculos – fez com que "Lightning to the Nations" lançasse o DIAMOND HEAD como um importante nome da NWOBHM.

O sucesso foi tanto que a principal repercussão do trabalho foi o seu legado: influenciar bandas que surgiriam depois, auxiliando de maneira indireta na criação do Thrash Metal norte-americano. O DIAMOND HEAD, através de "Lightning to the Nations", influenciou o MEGADETH e mais fortemente o MRTALLICA, que costumeiramente tocava covers de canções do álbum: “The Prince”, “Helpless”, “Am I Evil?”, “It’s Electric” e “Sucking My Love” eram presentes nos shows dos californianos e todas, exceto a última, foram gravadas e são encontradas em lançamentos oficiais da banda: Garage Inc. de 1998.

A revista japonesa Burn elegeu "Lightning to the Nations" como o álbum terceiro colocado em uma lista de melhores discos com riffs em todos os tempos. O livro Guitarists’ Book of Heavy Metal colocou “Am I Evil?” como quinto melhor riff de todos os tempos. Posteriormente, outras gravadoras maiores lançaram novamente Lightning to the Nations em novas tiragens através do mundo, incluindo uma que consta os singles previamente lançados ao álbum.

Fonte: Consultoria do Rock

  

Tracklist:
1. Lightning to the Nations
2. The Prince
3. Sucking My Love
4. Am I Evil?
5. Sweet and Innocent
6. It’s Electric
7. Helpless

Band:
• Sean Harris – Vocal
• Brian Tatler – Guitarra
• Colin Kimberley – Baixo
• Duncan Scott – Bateria

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